A DOUTRINA DO SENHOR JESUS CRISTO
Cremos:
No Senhor Jesus Cristo, o filho unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente homem, na concepção e seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo.
1. A PESSOA DE JESUS CRISTO.
Jesus sempre foi um personagem que dividiu as opiniões a seu respeito. Uns diziam: é um glutão; outros diziam: tem demônios; uns diziam: engana o povo; Pedro, porém foi usado por Deus e acertou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16).
Jesus Cristo é o criador e o sustentador do cristianismo. Outras religiões, como: Budismo, Confucionismo podem viver sem seus líderes, mas o cristianismo não existe sem Cristo (Cl 1.27). A evangelização produtiva só se faz com Cristo na frente (Jo 15.5).
Jesus. O nome “Jesus” é a forma grega do hebraico “Yehoshua” (Josué), o nome vem do termo hebraico “salvar” (Mt 1.21).
Cristo – Esse nome usado no NT é o mesmo que “Messias” usado no AT e significa “ungido” (Lc 4.17-18).
Filho do Homem.
Esse nome expressa a humanidade de Jesus. Os judeus sempre enfatizaram a vinda do glorioso Messias, que seria o grande Rei que o libertaria o povo. Agora Jesus aparece como o Filho do homem que haveria de dar a sua própria vida (Jo 12.32-34).
Filho de Deus.
O anjo, ao anunciar o nascimento de Jesus, disse a Maria: “o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus (Lc 1.35).
No sentido Messiânico – descreve mais o ofício do que a sua natureza. Assim Ele representa a esperança de Israel (Mt 11.3; Jo 4.25).
Até os demônios reconheceram Jesus como Filho de Deus (Mt 8.29).
Senhor – “Senhor” Expressa o caráter de Cristo e sua suprema autoridade espiritual (Lc 2.11, Fp 2.11).
2. A NATUREZA DE JESUS CRISTO.
É sem dúvida uma questão importante: “Como pode o verdadeiro Deus ser verdadeiro homem ao mesmo tempo? ”, é grande este mistério! (1Tm 3.16).
A Natureza Humana de Jesus Cristo.
O Senhor Jesus Cristo viveu na terra, sentiu as necessidades humanas, teve relacionamentos de amizade e deu aos homens o privilégio de estarem perto dele. A Bíblia diz que ele “se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1.14). O Pr Esequias Soares diz que “Ele andou entre nós manifestando os atributos da divindade”. E o Pr Rayfran Batista, escreveu: “Nessa qualidade, Ele é o representante perfeito de toda a humanidade”
O que demonstra a humanidade de Jesus Cristo?
1. Sua ascendência humana (Gl 4.4).
2. Seu crescimento natural (Lc 2.40,52).
3. Sua aparência pessoal (era judeu) (Jo 4.9). Jesus tinha corpo de homem normal (Jo 10.33).
4. Sua natureza humana completa: corpo (Mt 26.12) alma (26.38) espírito (Lc 23.46).
5. limitações humanas (do corpo): fadiga (Jo 4.6), sono (Mt 8.24), fome (Mt 21.18), sede (Jo 19.28), dor física, sofrimento (Lc 22.44).
A Natureza divina de Jesus Cristo.
A Bíblia diz que o Senhor Jesus Cristo é Deus (2Pe 1.1; Tt 2.13). Ao assumir a natureza humana ele não deixou de ser Deus. Também não era metade Deus, metade homem. Ele é Deus igual ao Pai, pois “nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). O próprio Jesus afirmou ser Deus: ao ressuscitar, ele disse aos discípulos: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18).
Falando de sua eternidade, o escritor aos Hebreus declarou “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13.8) e Ele disse: “antes que Abraão existisse eu sou” (Jo 8.58).
João também mostrou isso claramente (Jo 1.1). João escreveu que “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1a), isso significa que antes de Gn 1.1 Jesus já existia. Ele não é uma criatura, Ele é o Criador de todas as coisas (Jo 1.3; Cl 1.15-17). O profeta Miquéias revela que Jesus já existia na eternidade: “… o que governará em Israel, cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade (Mq 5.2). Em Isaías, Jesus é chamado de “Pai da Eternidade” (Is 9.6).
3. O CARÁTER DE JESUS CRISTO.
Sua Santidade.
Jesus sempre foi absolutamente livre de qualquer pecado (Hb 4.15, 1Jo 3.5) e isento de qualquer impureza (1Jo 3.3). A santidade de Jesus foi testemunhada pelos espíritos imundos (Mc 1.23-24), por Judas Iscariotes (Mt 27.3-4), Pilatos (Jo 18.38), pela esposa de Pilatos (Mt 27.19), pelo malfeitor da cruz (Lc 23.41), pelo centurião romano na crucificação, por Paulo (At 22.14, 2 Co 5.21), pelo próprio Jesus (Jo 8.46) e também pelo Pai (Hb 1.8-9).
Seu Amor.
Jesus ama aos crentes (Gl 2.20, Jo 15.13), e também aos pecadores (Rm 5.6-8).
Sua Humildade.
Foi demonstrada:
Ao assumir posição de servo (Jo 13.3-5).
Não buscava a sua própria glória (Jo 8.50).
Evitava a notoriedade e o louvor (Is 42.2; Lc 5.14-16).
Associava-se aos desprezados e rejeitados (Lc 15.1-2). (E essa foi uma das razões pelas quais Jesus foi acusado pelos seus inimigos: ele acolhia a todos!).
4. O MINISTÉRIO TERRENO DE JESUS.
O tempo do ministério terreno de Jesus foi uma oportunidade maravilhosa que muitas pessoas tiveram para ouvir os seus ensinos e também presenciar os seus milagres. Jesus aproveitou os anos de seu ministério público para fazer o bem e curar a todos os oprimidos do diabo (Cf Atos 10.38).
Ele sempre priorizou a pregação do evangelho. Basta uma simples análise das atividades do seu ministério para constatarmos que ele tinha a pregação do evangelho como prioridade. (Lc 4.43; At 1.1).
Jesus não falava apenas por falar. Ele tinha autoridade naquilo que dizia. O seu sermão que posteriormente foi chamado de “O Sermão da Montanha”, um dos mais famosos sermões de toda a história, teve uma grande repercussão ainda naqueles dias: “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas” (Mt 7.28-29). Jesus conseguiu que o povo se admirasse da sua doutrina “porque a sua palavra era com autoridade” (Lc 4.32).
Para o cumprimento total de sua missão, Ele falou várias vezes aos seus discípulos que iria a Jerusalém e que se entregaria nas mãos dos homens (Mt 16.21).
Hoje existem aqueles que negam aceitar a Jesus Cristo como Senhor de suas vidas e se escondem por trás da vil alegação de que não creem em Jesus porque Ele foi morto pelos homens. O apóstolo Paulo falou desses quando escreveu: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhes parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2.14).
Jesus nasceu, cresceu, trabalhou e morreu em cumprimento aos propósitos eternos do Senhor para a redenção da humanidade. Ele sabia desde o princípio que Judas seria o seu traidor (Jo 13.11), mas não o observamos em nenhum momento ele tentando impedi-lo de consumar a traição.
Pelo ponto de vista do homem natural, seria muito fácil Jesus se livrar da morte, já que Ele sabia o que lhe esperava e quem era o traidor. Mas Jesus precisava morrer, e ele sabia disso mais do que ninguém. O Senhor Jesus Cristo sabia que precisaria morrer: “se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto” (Jo 12.24); “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim” (Jo 12.32). Nossa alegria e o sustento da nossa esperança é que o nosso Senhor foi morto pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação (Rm 4.25).
Benefícios da morte de Jesus Cristo.
1. Uma nova oportunidade de reconciliação do homem com Deus (2 Co 5.17-18).
2. A remoção do pecado do mundo (Jo 1.29).
3. A remoção da barreira entre judeus e gentios (Ef 2.14).
4. É anulada a distância entre o crente e Deus (Ef 2.13).
5. A derrota de Satanás e seus demônios (Cl 2.14-15).
6. A RESSURREIÇÃO E GLORIFICAÇÃO DO SENHOR JESUS CRISTO.
A realidade da ressurreição de Jesus é o que faz com que o cristianismo não seja apenas mais uma religião como as demais, e é também o que nos garante vitória contra as invertidas de Satanás. O túmulo está vazio! Ele está conosco!
Provas da Ressurreição:
O sepulcro vazio (Lc 24.1-3).
Era dever dos guardas só tirar o condenado da cruz depois que se certificassem de que estava realmente morto (Jo 19.32-35)
E se Jesus ficara vivo como um homem fraco e ferido conseguiu tirar a grande pedra da porta da caverna (Lc 24.2) e ainda enganar os guardas? (a mentira dos judeus Mt 28.11-15).
Se de fato os discípulos tivessem roubado o seu corpo, como explicar a absoluta transformação em suas vidas? Quem era medroso, de repente ficou audacioso!
E como eles estariam dispostos a morrer por alguém que sabiam estar morto?
E ainda se tivesse Ele escapado com vida como iria inspirar seus discípulos a lutar e morrer por um mestre contundido e atordoado?
A ressurreição de Cristo faz toda a diferença ao cristianismo. Perguntaram a um budista na África, convertido ao cristianismo, porque mudara de religião? Sua resposta: “Foi assim: se você estivesse indo por uma estrada, chegasse a uma bifurcação e em cada direção houvesse dois homens, um morto e outro vivo, que direção você seguiria? ”.
Na revelação que deu a seu servo João na ilha de Patmos, O Senhor Jesus Cristo disse: “Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno (Ap 1.17-18).
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
PEARLMAN, Myer. Mateus – O evangelho do Grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
SOARES, Esequias. Cristologia – A doutrina de Jesus Cristo. São Paulo: Hagnos, 2008.
OLIVEIRA, Raimundo de. As grandes doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
SILVA, Rayfran Batista da. O Nosso Cremos. Arari: DWE Editora, 3 edição.
CHAFER, Lewys Sperry. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003.